Uma questão que muito me incomoda é o controle que muitos educadores insistem em exercer sobre o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Tais educadores assumem a postura de únicos mediadores na construção do conhecimento. Assim, chegam a exaustão na tentativa de multiplicarem-se em sala de aula. Todo este esforço, ao meu ver, desnecessário, poderia ser minimizado e, ao mesmo tempo potencializado se compreendessem que é na interação com o outro que o aluno põe em jogo tudo o que sabe e avança em suas hipóteses.
Tenho defendido que na alfabetização é permitido colar. É preciso compreender que o trabalho com duplas produtivas favorece a aprendizagem. Cabe ao professor, mediante diagnóstico, estabelecer critérios para formação destas duplas. Crianças com conhecimentos próximos tendem a evoluir quando têm a oportunidade de comparar seus conhecimentos com os do colega, já as que apresentam grandes discrepâncias tendem a perder a motivação para realização da tarefa.
Também um outro aspecto que poderíamos rotular como cola são as atividades de consulta. O desafio para o aluno que ainda não lê convencionalmente está posto quando, sabendo "o quê" tem que procurar, seja em um cartaz, um livro, revista ou no próprio caderno, precisa lançar mão de estratégias para realizar a leitura necessária para obtenção da informação desejada. Um ditado com consulta é pois uma atividade de leitura, enquanto um ditado sem consulta é uma atividade de escrita. Ambos tem valor e são necessários no processo de aquisição e consolidação do domínio do sistema de escrita alfabética.
Por Mônica Valéria Pinheiro
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